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Apesar de redução da Selic, taxas de juros subiram ao longo de 2016

Após o Banco Central reduzir duas vezes a Selic, a taxa de juros cobrada tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas apresentou leve recuo em dezembro ante novembro, apontou levantamento realizado pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Mesmo assim, as taxas de juros terminaram 2016 mais elevadas do que estavam no início do ano.

Nas modalidades de crédito para pessoas físicas, a taxa de juros média ficou em 8,16% por mês, ou 156,33% por ano, no mês de dezembro, levemente abaixo dos 8,20% ao mês (157,47% ao ano) apontados na pesquisa de novembro. Em janeiro, contudo, a taxa era inferior — de 7,67% ao mês (142,74% ao ano).

A modalidade de crédito mais cara foi a do cartão de crédito. Em dezembro, a média cobrada nesse segmento era de 15,33% ao mês, ou 453,74% ao ano, levemente abaixo dos 15,43% ao mês (459,53% ao ano) apontados na pesquisa de novembro. Em janeiro do ano passado, essa taxa ficava em 14,56% ao mês, ou 410,97% ao ano. Em segundo lugar, aparece o cheque especial. Em dezembro, as taxas nessa modalidade somavam, em média, 12,58% ao mês (314,51% ao ano), ante cobrança de 10,96% ao mês (248,34% por ano) em janeiro.

Ainda para pessoas físicas, no fim do ano passado, o juro cobrado em empréstimos concedidos pelos bancos era de 4,58% por mês (71,15% por ano), acima dos 4,47% por mês (69,00% por ano) cobrados em janeiro de 2016. O juros dos empréstimos pessoais concedidos por financeiras também subiu na comparação com o início do ano – de 8,14% por mês (155,76% ao ano) em janeiro para taxa mensal de 8,29% (160,05% ao ano) em dezembro.

As linhas de crédito para pessoas jurídicas também tiveram suas taxas elevadas ao longo de 2016. Em dezembro, a média de juros nas modalidades pesquisadas ficou em 4,74% ao mês (74,32% ao ano), ante 4,33% ao mês (66,31% ao ano) em janeiro. Assim como o que aconteceu nas modalidades de crédito para pessoas físicas, na comparação com o mês anterior, os juros cobrados também caíram – em novembro, a média ficava em 4,82% por mês (75,93% por ano).

No segmento de crédito para empresas, a linha mais cara é a conta garantida, com juros de 8,42% por mês (163,82% por ano) em dezembro. Em janeiro, essa modalidade tinha juros, em média, de 7,40% por mês (135,53% por ano). No mês passado, as instituições financeiras cobraram, em média, 3,19% por mês (45,76% por ano) no desconto de duplicatas, ante 3,01% por mês (42,74% por ano) em janeiro. Para capital de giro, o juro cobrado subiu de 2,59% por mês (35,91% por ano) em janeiro de 2016 para 2,62% ao mês (36,39% ao ano) em dezembro.

A expectativa para 2017 é de que as taxas sigam essa trajetória de queda observada no último mês de 2016. Para o diretor executivo de estudos e pesquisa da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a redução de dezembro, na comparação com novembro, pode ser atribuída à redução de 0,25 ponto porcentual da Selic, para 13,75%, promovida pelo BC no fim de dezembro, e também pela expectativa de novas reduções frente à redução da inflação.

“Com certeza 2017 começa com uma nova perspectiva. Em 2016 tivemos altos índices dos juros no país, agora, já na primeira reunião do ano do Copom, é possível que tenhamos uma nova redução, o que coloca o Brasil diante de uma nova realidade”, afirmou. No entanto, Oliveira apontou que o ambiente econômico ainda exige atenção. “O cenário econômico atual aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência por conta da recessão econômica em curso bem como o desemprego elevado, o que aumenta igualmente o risco de novas elevações das taxas de juros aos consumidores sejam pessoa física ou jurídica.”

Fonte: Época Negócios